#08 it's like a movie screen
Oi,
Na newsletter #5 eu disse que a próxima traria mais uma lista de mulheres incríveis. Não rolou, mas hoje vai.
De uns anos para cá a coisa melhorou um pouco (bem pouco) para as diretoras. Basta ver as listas de indicados do Oscar, no máximo duas mulheres na direção. Agora imaginem quantas mulheres negras aparecem nessas premiações.
Por isso, resolvi indicar alguns filmes que eu amo, que são dirigidos por mulheres negras. É uma lista pequena, em breve devo falar de mais filmes.
Amores divididos escrito e dirigido pela Kasi Lemmons é um dos meus filmes preferidos da vida. Sabe aquele esquema de Southern Gothic de primeiríssima qualidade? É esse aqui. Uma família abastada, cercada de segredos e aquele toque de magia. Eu e a Jéssica falamos dele no saudoso The Witching Hour.
Ah, Lemmons também é atriz. Ela fez o papel de Ardelia Mapp no clássico O silêncio dos inocentes. Aliás, em 2021 eu gravei com o pessoal do Cine Set falando desse filme.
Conheci o trabalho da Nikyatu Jusu através do curta Suicide By Sunlight, que é uma das coisas mais lindas que já vi. Também falei dele no The Witching Hour.
A Babá, seu primeiro longa, tem aquele enredo conhecido: mulher negra vai trabalhar para família branca e tudo vira um caos. Acho o filme OK, nada espetacular, mas mostra bem o potencial da editora. O IMDb diz que ela está trabalhando em um novo terror e estou ansiosa por ele.
Adélia Sampaio nasceu em 1944 em Belo Horizonte e foi a primeira mulher negra a dirigir um longa no Brasil. Amor Maldito é de 1984, então é triste pensar nisso.
No filme, temos a relação amorosa entre duas mulheres Fernanda (Monique Lafond) e Sueli (Wilma Dias). Sueli é pressionada por sua família conservadora e acaba cometendo o suicídio. Fernanda é acusada e precisa enfrentar um tribunal machista e misógino.
O filme tem suas limitações da época, mas é um importante registro histórico.
Não sei vocês, mas meu jeito de ver filmes na Mubi consiste em fazer uma lista, entrar nela e ver o que está para sair. Aí eu o assisto. Foi assim com De cierta manera, da cubana Sara Gómez, a primeira diretora de seu país.
O filme traz um casal formado entre um homem que trabalha numa fábrica, e uma professora. Em meio à Revolução Cubana, acompanhamos as diferenças entre eles, bem como a vida na sociedade da época.
Esse aqui eu acho uma pequena pérola e amo de paixão.
Esse filme da Cheryl Dunye é uma das coisas mais geniais que eu já assisti. Nele, a protagonista Cheryl (interpretado pela própria diretora) é uma jovem cineasta lésbica e negra que trabalha numa locadora. Ela é obcecada com uma atriz negra dos anos 30 e decide fazer um filme sobre ela.
Eu amo filme dentro de filme, ainda mais quando traz alguma obsessão. E para minha tristeza, a tal atriz era fictícia, porque eu estava pronta para ter minha própria obsessão.
Recentemente a Nia DaCosta ficou famosa por ter dirigido o novo A lenda de Candyman e As Marvels. O primeiro não me agradou muito, e o segundo ainda não vi, porém adoro esse Little Woods, que saiu aqui com o bizarro nome de Passando dos limites.
O longa traz duas irmãs, interpretadas pela maravilhosa Tessa Thompson e pela Lily James, naquele esquema de “sozinhas contra o mundo”. Também falei dele lá no The Witching Hour, mas não tô achando o link, perdão.
Já assistiu algum deles?
O que achou?
Beijo
Michelle