Oi,
Eu queria ser jeitosinha e mandar newsletter toda semana, falando de coisas legais e interessantes, mas não tenho inspiração pra nada. Estou numa transição entre empregos. Estou terminando as coisas de um e começando as de outro. Minha cabeça anda tão carregada que tá difícil me concentrar pra ver filme e ler. Eu tava passando tempo demais no celular, deletei várias coisas e o único lugar que perco tempo é o explorar do Instagram. Tô treinando o algorítimo pra só aparecer coisa de papelaria, religião e gato.
Então, eu tinha começado a ler a Bíblia, pois obcecada com essas coisas. Mas é chato, né? Até a parte de Noé eu tava achando show, mas depois vira um marasmo chato. Deixei de lado um pouco, quem sabe logo volto porque eu realmente tenho curiosidade de saber como é. A nossa cultura é cristã, né? Várias coisas do nosso dia a dia vieram da Bíblia.
Isso me lembra quando eu tentei ler Senhor dos Aneis e fiquei chocada de descobrir várias coisas que eu ouvia de metal na juventude vinham dali, principalmente os primeiros discos do Nightwish. Esse foi outro que não tankei, li o primeiro, aí o segundo começou uma enrolação doida e eu larguei.
Ganhei do C. um livro sobre a história do inferno e novamente descobrindo várias coisas das bandas de metal, de Cradle of Filth a Opera IX. Também tô lendo um da boliviana Liliana Colanzi, uma latina esquisita, ou seja, meu conforto. Ah, quase esqueço, tô lendo Paulo Coelho pro Leia Podreiras, único clube de leitura que eu tanko nesse momento da minha vida.
Veronika decide morrer é um livro ruim, absurdo, aleatório e mal escrito, mas eu tô adorando ler. Tá quase na mesma de quando li Verity da CooHoo. Nada como uma bela porcaria pra alisar o cérebro.
Ando bem ruim com cinema. Tô revendo alguns clássicos com C., que nunca os viu. Ainda sigo na maratona de Aki Kaurismäki. Os únicos streamings que eu pago são Mubi e Filmicca (porque ela é cinéfila, tá?), então tô tentando ver umas coisas diferentes ali pra fazer valer o meu rico dinheirinho. Ah, a N. me passou a senha dela do Star mais, aí to vendo os filme de ação de macho e adorando. Mais alisamentos para o cérebro.
O Bsky tá virando twitter, depois dessas merdas todas do maluco espacial lá. Todo mundo debandou pro meu cantinho (o que faz muito sentido, visto que twitter se tornou o umbral da internet), mas tá ficando tão chato. Só hoje já vi gente se bicando, um povo “me segue que eu sigo de volta”. Isso entristece. Antes eu entrava na internet pra falar com meus web amigos, agora tô nela o tempo todo e não consigo estabelecer um diálogo que não cause dor de cabeça.
Esse ano comprei três livros de não-ficção e um da Anne Rice. Na minha wishlist agora só tem coisa da Bíblia e mais Anne Rice. Toda vez que vou na casa dos meus pais eu fico meio chocada com a quantidade de livro que eu tenho e me bate um FOMO de ler aquilo tudo. Mas ainda quero ler sobre a Bíblia.
Indo pro final de abril e eu realmente to bebendo pouco. Acho que bebi tipo quatro vezes nesse meio tempo, e todas bem de leve e sem excessos. Na semana de TPM que eu costumo comer besteira, meu estômago reclama. Os quase 40 tão batendo aí e a saúde reclamando. Mas vamo que vamo.
Ando acessando demais o Metal Archives e conhecendo bandas, principalmente de doom esquisito com vocais femininos. Tô vivendo como a Michelle de 13 anos, só que ela procurava coisas nas revistas de metal. Aliás, eu tenho uma pasta com várias matérias das bandas que eu gostava na época. Tava revirando esses dias e bateu a nostalgia.
Eu tenho zero saudades da minha adolescência e início de vida adulta. Eu tava no rolê metal, tinha zero consciência de classe e afins, mas sinto saudades das coisas que eu gostava. Aí tá sendo uma nostalgia boa, totalmente separada de como era realmente a minha vida na época.
Sigo escrevendo em cadernos e agendas, apenas coisas pra fazer e diários. Nunca mais escrevi uma crítica, e hoje deu saudades do 365. Eu amava estar naquele blog, mas era um puta trampo, ver pelo menos três filmes de terror por semana, pra ter material pra escrever. Tô aqui pensando se dá pra encaixar algum projeto novo. O único do momento tem sido o grupo de estudos de Um defeito de cor, mas é uma vez por mês e é perfeito demais.
Enfim, sigo assim. Tô bem, resolvi algumas paradas da minha vida que tavam um caos, tô vivendo coisas novas, aquele frio na barriga e a cabeça dodói pensando “hum, tá tudo indo bem, logo vai dar uma merda gigantesca”. Ainda bem que faço terapia e etc.
Espero que vocês estejam bem
Beijo
Michelle
Isso de tentar encaixar um projeto novo é o meu calcanhar de Aquiles. Minha colega de quarto quando tem um dia ruim aparece em casa com um eletrodoméstico novo, e eu quando tenho um dia ruim começo "e se eu tocasse mais um projeto?".
Sobre a Bíblia, qual a abordagem que você está buscando? Porque eu posso indicar bastante material de apoio dos cursos da Igreja, vai ter um enfoque mais doutrinário, mas os meus manuais favoritos tem notas históricas, comentários sobre o idioma, geografia, formas poéticas da época, etc. A Ariela K da newsletter Diletante tem uma série bem legal de textos sobre o Levítico numa perspectiva não-religiosa.
“Veronika decide morrer é um livro ruim, absurdo, aleatório e mal escrito, mas eu tô adorando ler.”
Tô rindo muito dessa frase